Foto: Paulo Rossi



O segundo encontro da oficina Tholl para Todos levou muita animação à comunidade das Doquinhas, na Zona do Porto, em Pelotas. A gurizada, de sete a 14 anos de idade, divertiu-se com várias técnicas circenses: acrobacia de solo, tecido aéreo, arco aéreo, malabares, perna de pau e teatro. E o que não faltou em meio a tanta estripulia foram sorrisos e olhares curiosos, com o brilho de quem está ansioso em aprender. Até o final do ano, outras cinco edições devem ser realizadas. Sempre com o mesmo objetivo: fazer as intervenções artísticas chegarem a áreas de maior vulnerabilidade social.

"Queremos mostrar às crianças e aos jovens o poder transformador da cultura", destaca o coordenador das atividades, Fábio Marques. E, em meio às brincadeiras e ao clima descontraído, uma mensagem ganha força: outros caminhos, longe das drogas e da violência, são possíveis. E, o melhor: nesses roteiros por Pelotas - em que os artistas do Grupo Tholl ganham a oportunidade de retribuir um pouco do carinho recebido do público ao longo dos anos - não está descartada a possibilidade de descobrir novos talentos; ainda que não seja meta. Foi o que ocorreu em 2015, com a entrada de cinco integrantes a partir do projeto.

Empolgação de sobra
A adolescente Amanda Gonzales Veleda, 13, não perdeu tempo. Nem empolgação. Participou de vários desafios e nem o convite para assumir as pernas de pau assustou. Logo, já arriscava-se aos primeiros passos sozinha. "Tá tudo bem legal", restringiu-se a dizer, pronta para correr a outra atividade.

Os moradores do Navegantes Tiago Rodrigues, 17, e Gabriel Silva, 15, também estavam decididos a dar o recado. Souberam que o Tholl estaria na região das Doquinhas, na tarde de sábado, e foram até lá, em busca de um sonho: entrar para o elenco da trupe. "A gente sabe dar alguns tipos de mortais e viemos até aqui mostrar. Amanhã (hoje) vamos ter uma reunião com eles", contaram, em nítido tom de entusiasmo.

Esforço conjunto
O projeto Tholl para Todos passou a ser desenvolvido no ano passado, em parceria com a prefeitura. Só em 2015, mais de 800 crianças e jovens foram atendidos. Em 2016 também serão sete encontros. O primeiro ocorreu neste mês, na Escola Dona Maria Joaquina, no Cerrito Alegre (3º distrito). O próximo está agendado para o mês de julho, mas o local ainda não está definido.